Os hospitais portugueses vão receber gestores dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para estágios, troca de experiências e aprendizagem mútua, anunciou o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), no final de setembro.
“Vamos abrir as portas dos hospitais portugueses para acolher gestores desses países e também dar apoio de consultoria para a gestão de serviços de saúde nesses países”, disse Alexandre Lourenço em entrevista à agência Lusa, a propósito do 27.º congresso da Associação Europeia dos Administradores Hospitalares, que decorreu no Centro de Congresso do Estoril, em Cascais.
No primeiro dia do congresso foram discutidas formas de cooperação na gestão de serviços de saúde entre o Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe e Timor, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com o patrocínio da Federação Internacional dos Hospitais.
“Para nós, o desenvolvimento dos sistemas de saúde depende muito da capacidade de liderança e da gestão das organizações e, particularmente, o Brasil e Portugal têm maior capacidade nestas áreas e estamos a organizar um ‘workshop’ que vai permitir fazer essa ponte e apoiar os outros países lusófonos nesta matéria”, adiantou o presidente da APAH.
O objetivo é encontrar “pontes e possibilidade de gestão”, que passam pela promoção de programas de estágio e de capacitação de gestores.
“Em Portugal e a nível europeu promovemos estágios” de curta duração (um mês), em que gestores portugueses vão a outros países e vice-versa, e “vamos propor isso a estes países africanos”, explicou o presidente da APAH.
Segundo Alexandre Lourenço, esses programas de estágio vão ser disponibilizado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pelo Colégio Brasileiro dos Executivos de Saúde.
“Também existe da nossa parte uma necessidade de aprender muito com os colegas africanos”, que vão dar a conhecer a realidade dos seus países no congresso, disse.
Por outro lado, a experiência adquirida em Portugal e na Europa para combater doenças infecciosas também “pode ser útil” para ajudar os países lusófonos.
“Em Portugal e na Europa estamos muito focados nas doenças crónicas e a reestruturação do sistema funciona muito nesta base”, mas estes países “continuam a viver grandes dificuldades no âmbito das doenças infecciosas.
Nesse sentido, a experiência adquirida “ao longo do tempo para combater essas doenças infecciosas pode ser útil a apoiar estes países.Mas o se pretende mesmo “é uma cooperação conjunta para conseguir perceber os problemas e criar momentos de troca de experiências e de aprendizagem mútua”, frisou Alexandre Lourenço.
No congresso europeu são esperados mais de 600 participantes e 100 oradores de toda a Europa, incluindo membros da Comissão Europeia, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
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