Notícias

25 de junho de 2021

Entrevista a Lucien Pierre, Presidente da Associação dos Farmacêuticos de Moçambique

A AFPLP entrevistou o Presidente da Associação dos Farmacêuticos de Moçambique (AFARMO), e esteve à conversa sobre os temas da atualidade em Moçambique. Entre os maiores desafios da profissão farmacêutica, o contributo dos farmacêuticos durante a pandemia de COVID-19, e um olhar para o futuro, Lucien Pierre partilha a sua visão do setor farmacêutico em Moçambique. 

Leia a entrevista na íntegra aqui.

​​

1. Considerando o crescimento rápido da profissão farmacêutica em Moçambique, quais considera serem os principais desafios para os jovens e para a classe?

A profissão farmacêutica em Moçambique cresceu de uma forma vertiginosa em todas as áreas, desde a farmácia hospitalar, comunitária, logística, ensino, bem como a investigação, regulamentar e indústria.

O grande desafio hoje da classe farmacêutica moçambicana é de torna a profissão reconhecida e valorizada, e entendemos que isso passa pela criação da Ordem dos Farmacêuticos de Moçambique. Estamos a trabalhar para que isso seja possível. Este é um processo que não depende unicamente de nós, mas também do Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU).

A ciência farmacêutica não é estática mais sim dinâmica. Ontem, o papel do farmacêutico estava centrado na logística do medicamento, mas hoje estende-se em várias áreas, como por exemplo a farmacovigilância, regulamentação, investigação, entre outras. É por isso que formação contínua é um desafio não só dos jovens farmacêuticos, mas de toda classe.

 
 

2. Qual o papel e o contributo do farmacêutico moçambicano durante a pandemia? Ocorreram modificações no exercício profissional?

A pandemia da COVID-19 obrigou a classe farmacêutica moçambicana a desempenhar um papel fundamental na disseminação da informação e métodos de prevenção no seio da população, graças ao primeiro manual sobre a pandemia publicada pela FIP.

A classe farmacêutica teve ferramentas científicas para lidar com esta pandemia, e este papel não foi só informativo, mas também o de encaminhar os doentes com sintomas para as unidades sanitárias para serem tratados.

Aproveito a ocasião para fazer um repto, às autoridades, para alargar o papel do farmacêutico no seio da nossa população, através da realização de testes rápidos da COVID-19, malária, medição da glicémia, entre outros serviços nas farmácias comunitárias.


  

3. O que o motivou para atividades de associativismo farmacêutico e especificamente, a aceitar o desafio de Presidir a AFARMO?

Aceitei o desafio de presidir a AFARMO num momento onde o associativismo no seio da classe farmacêutica se estava a desfalecer. Havia uma necessidade de reorganizar a AFARMO, desde a inscrição efectiva dos farmacêuticos como membros, até a sua visibilidade na sociedade. Tínhamos que voltar a ser um parceiro incontornável do Ministério da Saúde no processo de tomada de decisões de assuntos ligados à área farmacêutica. Interessa-nos igualmente impulsionar a criação da Ordem dos Farmacêuticos de Moçambique. Sendo farmacêutico da 2ª geração (formado em Moçambique), e pelo amor à camisola e com ajuda da classe, alguns desses desafios estão a ser agora atingidos.

 

4. Quais são as expetativas em relação à AFPLP?

A classe farmacêutica moçambicana espera uma AFPLP virada para uma cooperação win/win (parceria inteligente), entre todos os farmacêuticos dos países de expressão portuguesa. Esperamos uma uniformização do ensino farmacêutico, mobilidade dos profissionais do sector, e queremos que haja maior interação social entre os farmacêuticos dos países de expressão portuguesa.


Nota Biográfica:
Lucien Pierre nasceu em ...e é licenciado em ...