23 de agosto de 2018
Relatório aponta que doenças não transmissíveis são ameaça ao desenvolvimento de Moçambique
"O relatório permite concluir que as DNT são um problema de saúde pública, que ameaça a sustentabilidade do sistema nacional de saúde em Moçambique e compromete o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável", refere o documento.
As DNT, prossegue o documento, representam um terço da carga de doenças no país e os traumatismos representam cerca de 6%.
"Estes números representam um aumento de 18% em relação a 2010 e de 45%, se compararmos com dados do ano de 2000", lê-se no documento.
Em relação à diabetes, entre 2005 e 2015, registou-se um aumento, de 2,6 vezes na prevalência, de 2,8% para 7,4%, indica o relatório.
Quanto ao cancro, ocorreram em 2012 cerca de 22 mil novos casos e 17 mil mortes, tendo os cancros do colo do útero e da mama representado, juntos, cerca de 50% de todos os cancros da mulher.
Entre 2005 e 2015, houve uma tendência crescente da prevalência de hipertensão arterial em Moçambique, de 33% para 39%, nas pessoas com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos.
"Os fatores de risco para doenças crónicas têm aumentado e afetam pessoas jovens, resultando em elevada incapacidade e mortalidade precoce", assinala o Relatório Nacional de 2018 sobre Doenças Crónicas e Não Transmissíveis do MISAU.
Os investigadores defendem a necessidade de aumento da disponibilidade, acesso e qualidade do diagnóstico e provisão de cuidados de saúde na área de doenças crónicas, sobretudo nas regiões distantes dos grandes centros urbanos.
Falando no lançamento do relatório, a ministra da Saúde de Moçambique, Nazira Abdula, defendeu a necessidade de canalização de mais recursos para a prevenção e controle de doenças não transmissíveis e traumas, como condição para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
"Estas afeções constituem causa de perpetuação da pobreza por afetarem desproporcionalmente as populações mais desfavorecidas, serem causa de perda significativa de dias de trabalho, e provocarem despesas avultadas nas famílias e comunidades", destacou Nazira Abdula.
Fonte: https://www.tsf.pt/lusa/interior/doencas-nao-transmissiveis-sao-ameaca-ao-desenvolvimento-de-mocambique---relatorio-9432163.html