XIII Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa reuniu mais de 200 participantes
O tema foi também abordado pelo Presidente da República de Cabo Verde, José Carlos Fonseca, durante a sessão de abertura do Congresso, considerando-o como "um dos mais sérios desafios” atuais, que "tem acarretado muito sofrimento e consumido recursos muito elevados”.
"Estou certo de que serão propostos caminhos no sentido de se concretizar as propostas da Organização Mundial de Saúde (OMS) para se fazer face à resistência antimicrobiana, especialmente no que se refere à racionalidade dos sistemas de saúde, nomeadamente no que toca ao acesso aos medicamentos essenciais, ao reforço da vigilância laboratorial, à prevenção e controlo de infeções, bem como à utilização adequada dos medicamentos na pecuária”, disse o chefe de Estado de Cabo Verde, citado pela Lusa.
Na sua primeira intervenção formal após ter assumido a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), José Carlos Fonseca lembrou que "parcelas significativas de populações não têm acesso a medicamentos essenciais e outras atividades relacionadas com os cuidados básicos de saúde”, o que constitui, no seu entender, "um quadro de exclusão social”.
"Infelizmente, esta situação conduz a práticas muito nocivas, como a automedicação e o comércio ilegal e perigoso de medicamentos”, uma realidade que, na sua opinião, "apenas pode ser alterada definitivamente no âmbito de mudanças essenciais de todo o sistema ou mesmo de políticas sociais mais abrangentes”.
Também o ministro da Saúde e da Segurança Social de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, esteve presente na sessão de abertura do Congresso da AFPLP, tendo referido os avanços na integração dos farmacêuticos no sistema de saúde e o papel destes profissionais na melhoria dos cuidados de saúde que são prestados à população.
A presidente da AFPLP e bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) cabo-verdianos, Maria da Luz Leite, lembrou, por sua vez, a ação dos farmacêuticos para evitar as "consequências gravíssimas” da automedicação, os efeitos adversos e o desperdício, defendendo "um maior investimento do Estado no reforço das competências dos farmacêuticos”.
Ainda durante a abertura do Congresso, houve lugar a uma homenagem, a título póstumo, à farmacêutica cabo-verdiana Judite Lima, ex-presidente da AFPLP, tendo depois sido proferida a conferencia sobre o 25.º aniversário da AFPLP, a cargo do bastonário da OF de Portugal entre 1996 e 2001, e um dos impulsionadores da criação da associação, João Silveira.
O evento prosseguiu com a realização de vários painéis de debate sobre temas relevantes para a atividade dos farmacêuticos das diferentes áreas profissionais, com especial destaque para os desafios da inovação e a colaboração entre médicos e farmacêuticos nos diferentes países.
A conferência de encerramento foi proferida pelo presidente do Conselho Nacional para a Cooperação da OF de Portugal, Helder Mota Filipe, numa intervenção intitulada "O Farmacêutico e o Futuro no Mundo”.
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