Foi publicado recentemente um artigo na revista Pharmacy Practice, que tem como objetivo descrever as práticas e os agentes facilitadores para a dispensa de antibióticos não prescritos na cidade de Maputo, Moçambique. Foi realizado um estudo qualitativo, em nove farmácias privadas selecionadas aleatoriamente na cidade de Maputo, e foram entrevistados 17 farmacêuticos.
Dos farmacêuticos entrevistados, quinze admitiram ter dispensado antibióticos sem prescrição médica anterior. Foram detetadas práticas comuns incorretas de dispensa destes medicamentos, nomeadamente a dispensa sem historial prévio. Os motivos para a dispensa de antibióticos não prescritos estão ligados ao comportamento dos doentes na exigência de antibióticos sem prescrição, às expectativas e crenças dos doentes sobre o poder de cura dos antibióticos, e às práticas de prescrição dos médicos.
O estudo conclui que as práticas de dispensa de antibióticos não prescritos são frequentes. Por um lado, existe a pressão dos doentes em obter antibióticos sem prescrições válidas e a vontade do farmacêutico de auxiliar com base no seu papel na farmácia. Por outro lado, os farmacêuticos estão cientes do status legal dos antibióticos e das consequências para a saúde pública das suas práticas de dispensa desadequadas e da sua responsabilidade profissional e ética para cumprir a lei. Por fim, destaca-se o papel dos farmacêuticos e as suas habilidades como profissionais de promoção da saúde, sendo necessário para otimizar a distribuição de antibióticos e uma melhor conservação em Moçambique.
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